Fazenda Cristal – Outra iniciativa apresentada ao governador foi o projeto “Conservação Fazenda Cristal”, que promove a conservação de formações primárias e secundárias manejadas de áreas nativas preservadas, para garantir a restauração completa da vegetação, com o propósito de aumentar o potencial de armazenamento de carbono em sua área e, assim, reduzir os efeitos do aquecimento global, juntamente com o desenvolvimento social.
A propriedade existe desde 1972 e está localizada em Corumbá, na região pantaneira do Paiaguás. Desde 2020, após os eventos de incêndios que passaram a atingir a região de forma mais intensa, houve a preocupação com a proteção dos recursos naturais da propriedade.
Em fevereiro deste ano, o proprietário conseguiu a certificação de 1.800 créditos de carbono por ano pela Social Carbon Standard (Reino Unido), após uma rigorosa auditoria da KBS Certification Services Ltd. (Índia). O projeto Fazenda Cristal consiste em uma atividade de florestamento – conversão de área de pasto para uma formação nativa de bambu, planta com forte potencial de remoção de CO₂ da atmosfera.
Para Milton Insuela Jr., sócio-diretor da Vert Ecotech (Fazenda Cristal), o crédito de carbono que foi emitido com sua reserva legal e área de proteção permanente será fundamental para manter a preservação do bioma. “É muito bom poder transformar um passivo ambiental em ativo econômico. Já estamos sendo procurados por companhias aéreas e grandes empresas que têm compromisso com a sustentabilidade.”
A área de 3,9 mil hectares poderá receber de US$ 20 a US$ 40 por tonelada de CO₂ compensada. “Também temos um posto avançado do Corpo de Bombeiros na fazenda, tecnologia de satélites para alertar possíveis incêndios e fazemos a conversão de 10% dos valores para cunho social, em benefício das ONGs da região da fazenda. O projeto é de 30 anos, podendo ser renovado por 100 anos”, celebrou o produtor de natureza.
Gratidão – O governador destacou a relevância do assunto e a iniciativa das instituições. “A mensagem central aqui é gratidão por todas as instituições estarem caminhando em direção onde conseguem monetizar algo intangível, que é a natureza”, ressaltou Riedel.
Ele afirmou que sempre teve a angústia do antagonismo entre produtores rurais e ambientalistas. “Jamais um pode estar contra o outro. Todos precisam andar juntos.” O governador acrescentou que, com o que foi apresentado, o produtor irá pensar 10 vezes no porquê estará mantendo a preservação do território.
“É uma grande contribuição, de produção da natureza, que abrange carbono, biodiversidade e água. E posiciona Mato Grosso do Sul na agenda global de produção de alimentos e transição energética. É a materialização do conceito e da linha de trabalho”, concluiu.
O secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Semadesc), destacou a ação do IHP, que é uma das primeiras do mundo a estabelecer um sistema de créditos ligados à biodiversidade.